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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

SENHOR MINISTRO, CONHEÇA CHICO MENDES, A AMAZÔNIA E O BRASIL.

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Senhor ministro do meio ambiente do Brasil,  Foi triste para nós e vergonhoso para o senhor a tal declaração de que não se importa com Chico Mendes. Ao desconhecer um dos brasileiros mais importantes na luta em defesa da Amazônia, o senhor deixou claro de que lado está. Não que a gente tivesse dúvidas. Não. As coisas sempre estiveram muito claras entre nós. Mas a afirmação é tão vexatória e indecorosa que nos pegou de assalto e só pode ser comparada à intenção de seus colegas que pretendem riscar Paulo Freire da nossa história. Saiba, senhor ministro, que homens como Chico Mendes e Paulo Freire não morrem nunca. Não insista. E se é de vaidade que tratamos aqui, a insignificância da sua presença ministerial não compete nem de longe com a grandiosidade de histórias como as desses dois homens. Sabe o que é pior, excelentíssimo? É que, ao desconhecer Chico Mendes, o senhor desconhece o Brasil, principalmente aquela parte dele que esse famoso seringueiro defendia, a Amaz

UM POEMA PARA IRMÃ DOROTHY, NOS 14 ANOS DE SEU ASSASSINATO.

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Pai-Nosso dos caudais de Anapu, e de seus verdes ruídos acima do silêncio, onde estavas àquela hora amarga, distraído entre os tocaris da mata ou chorando ainda o alto Bacuri derrubado? Onde estavas àquela hora amarga em que o tronco bebeu a seiva com pesar e a dor ressecou os ramos ao redor? E a escuridão vitoriosa percorreu o cárcere úmido da madeira? Comprimida de orvalho e divindades Uma filha da paz caiu sobre os dias profetiza das regiões elíseas e distantes onde te perdes sendo Deus,  pelas manhãs do tempo. Ela tinha a idade brilhante dos rios e da Cueira solitária das sombras adulava o perigo das alturas. Na cuia plural dos olhos, vagarosa brisa desvelava predicando as sentenças como há muito não se via. Onde estavas, ó Deus, quando a bala atravessou o vento retilínea e assassina estendendo no mundo a mais triste das cores? A doçura daquela mulher caída sobre um ombro ainda nos assusta e insurge encalhada na memória da nação.

FLEXIBILIZAR AS REGRAS DE LEGÍTIMA DEFESA É MESMO MEDIDA ANTICRIME?

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Hoje o ex-juiz-hoje-ministro Moro foi ovacionado pela mídia ao apresentar o Projeto de Lei Anticrime. No Jornal Nacional, por exemplo, todos os entrevistados foram favoráveis, embora a nota da OAB tenha passado quase despercebida. O tom geral é de que a proposta recolhe os anseios da população e cumpre mais uma das promessas de campanha do presidente adoentado. Algumas propostas do Projeto, que precisa ser aprovado na Câmara, não chegam a ser novidade, outras foram copiadas de legislações estrangeiras e muitas parecem esconder mais do que mostram.  Uma  das maiores preocupações parece ser a nova caracterização da “legítima defesa”. Como defensor dos direitos humanos, embora não sendo operador do direito, achei a descrição preocupante: “o juiz poderá́ reduzir a pena até a metade ou deixar de aplicá-la se o excesso decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta emoção”. O que isso significa de fato? Exemplo mais do que óbvio: um policial pode matar alguém e argumentar qu