PENSE DE NOVO, POR FAVOR. NÃO DEIXE O TEU ANTI-PETISMO TE TRANSFORMAR NUM FASCISTA
Dirão que é exagero, mas a verdade é que o fascismo se tornou um risco eminente no Brasil. Seus sintomas são os mesmos de
sempre, emoldurados agora pelos novos poderes da comunicação de massa:
nacionalismo, devoção a um líder forte, princípios moralistas duros, promulgados como redenção escatológica, vigilância
moral, discurso maniqueísta (os bons contra os maus), militarismo, vontade de
eliminação dos adversários (geralmente tachados de comunistas, para que se tornem
facilmente identificáveis e acusáveis, afinal, comunismo é o horror dos
horrores).
Alguns dirão que é exagero. Mas muitos cientistas políticos do Brasil e do exterior falam dessa dança à beira do precipício, referindo-se à grande crise para qual uma parte dos brasileiros quer levar o Brasil. O petismo criou celeumas e feridas que sangram. Criou objeções justas e alimentou rechaços compreensíveis. Mas com isso, antigas pautas associadas às lutas sociais, aos direitos dos mais pobres e ao combate aos privilégios, foram trocadas por um purismo moralista assustador, que defende a família com armas na mão, que se recusa a debater propostas, que combate gays, mulheres, negros e indígenas. Precisamente as minorias que mais esperam e dependem do Estado, como mecanismo de promoção de suas identidades e de seus direitos.
Alguns dirão que é exagero. Também um dia, na Alemanha, ninguém acreditou que Hitler faria o que fez. Ele parecia inofensivo. Muitos desconfiavam que suas ideias fossem tão improváveis quanto inexequíveis. Mas delas surgiram os campos de concentração, escondidos nos discursos do ódio, apoiados por gente imaculada, todos do bem. A filósofa Hannah Arendt chamou isso de “banalidade do mal”. Um mal que se reproduz às cegas, em pequenos gestos envenenados, que vão das palavras tolas escritas nas redes sociais, até a ascensão dos memes que simbolizam a confusão (e a preguiça) das verdades e das fake news, que fazem transitar a mentira como se verdade fosse, descontroladas e maledicentes.
Alguns dirão que é exagero. Que não é bem assim. Que nem todos pensam de tal maneira. Mas encontra-se facilmente na fila do supermercado ou entre os amigos do facebook quem acredite que a bandeira será vermelha, que a Venezuela será aqui, que vivemos em um comunismo socialista, que a URSAL é nossa ameaça maior. Há quem diga que os comunistas vão comer as criancinhas do país, que vão acabar com a família e transformar nossos filhos em homossexuais e pedófilos (no mesmo nível). E que eles nos defenderão desses horrores, armados, bem casados, com a Bíblia na mão, com os homens à frente, todos heterossexuais, todos de verde e amarelo, como numa cruzada.
Alguns dirão que é exagero. Mas muitos cientistas políticos do Brasil e do exterior falam dessa dança à beira do precipício, referindo-se à grande crise para qual uma parte dos brasileiros quer levar o Brasil. O petismo criou celeumas e feridas que sangram. Criou objeções justas e alimentou rechaços compreensíveis. Mas com isso, antigas pautas associadas às lutas sociais, aos direitos dos mais pobres e ao combate aos privilégios, foram trocadas por um purismo moralista assustador, que defende a família com armas na mão, que se recusa a debater propostas, que combate gays, mulheres, negros e indígenas. Precisamente as minorias que mais esperam e dependem do Estado, como mecanismo de promoção de suas identidades e de seus direitos.
Alguns dirão que é exagero. Também um dia, na Alemanha, ninguém acreditou que Hitler faria o que fez. Ele parecia inofensivo. Muitos desconfiavam que suas ideias fossem tão improváveis quanto inexequíveis. Mas delas surgiram os campos de concentração, escondidos nos discursos do ódio, apoiados por gente imaculada, todos do bem. A filósofa Hannah Arendt chamou isso de “banalidade do mal”. Um mal que se reproduz às cegas, em pequenos gestos envenenados, que vão das palavras tolas escritas nas redes sociais, até a ascensão dos memes que simbolizam a confusão (e a preguiça) das verdades e das fake news, que fazem transitar a mentira como se verdade fosse, descontroladas e maledicentes.
Alguns dirão que é exagero. Que não é bem assim. Que nem todos pensam de tal maneira. Mas encontra-se facilmente na fila do supermercado ou entre os amigos do facebook quem acredite que a bandeira será vermelha, que a Venezuela será aqui, que vivemos em um comunismo socialista, que a URSAL é nossa ameaça maior. Há quem diga que os comunistas vão comer as criancinhas do país, que vão acabar com a família e transformar nossos filhos em homossexuais e pedófilos (no mesmo nível). E que eles nos defenderão desses horrores, armados, bem casados, com a Bíblia na mão, com os homens à frente, todos heterossexuais, todos de verde e amarelo, como numa cruzada.
Nessa seara, há tantos absurdos quantos são os
desinformados, os malfeitores, os defensores do ódio, os raivosos que não
aceitam sentar na mesma sala de aula com um cotista negro, respirar o mesmo ar
que um travesti, dividir um pedaço das terras com os indígenas. Não seja assim. Não se deixe envenenar.
Talvez
nem todos pensem assim, de fato. Talvez seja apenas um sentimento de decepção
com as promessas não cumpridas do PT. Tudo justificável. O que não pode ser
justificável é que troquemos a civilização pela barbárie. Pense de novo. Ninguém é perfeito. Mas o fascismo é pior.
Ótimo texto, Gelson. Nos proximos dias, é provável que esse risco que corremos fique mais evidente. Tomara que não e que a sanidade retorne às mentes das pessoas.
ResponderExcluirMuito bom Jelson!
ResponderExcluirVamos acreditarcom toda nossa força, que dará tudo certo e que as pessoas possam pensar com clareza.
Um bjo
Jelson que tristeza! É essa nossa realidade. NÃO SEI SE DÁ PARA VISLUMBRAR UM FUTURO DIFERENTE.
ResponderExcluir