O ESCÂNDALO DO WHATSAPP E A MORTE DO PENSAMENTO CRÍTICO
Desde que foi inventada, a linguagem (e a sua forma escrita) tem sido a condição para o desenvolvimento cultural da humanidade e ao mesmo tempo o seu sintoma. Mais do que isso, muitos filósofos a consideram a marca própria do ser humano, o único animal que pode pensar e, por isso, também falar, ou seja, comunicar-se. A linguagem escrita produziu as bíblias, os poemas, as religiões e todos os livros que conhecemos, repositórios de nossas tradições e histórias. Sem eles, não seríamos nada. A linguagem escrita implica o pensamento lógico, que é o modo como organizamos nosso pensamento temporalmente, ou seja, como estruturamos nossos argumentos e ideias, dispomos de cada uma delas ordenadamente, uma atrás da outra, organizando sentidos e cuidando para que tudo seja dito de forma mais ou menos coerente a fim de que seja compreendido da forma mais adequada possível. Nasceu disso a matemática, a literatura, a filosofia e todas as demais ciências. No seu livro “Elogio da lentidão”,