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Mostrando postagens de outubro, 2018

O ESCÂNDALO DO WHATSAPP E A MORTE DO PENSAMENTO CRÍTICO

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Desde que foi inventada, a linguagem (e a sua forma escrita) tem sido a condição para o desenvolvimento cultural da humanidade e ao mesmo tempo o seu sintoma. Mais do que isso, muitos filósofos a consideram a marca própria do ser humano, o único animal que pode pensar e, por isso, também falar, ou seja, comunicar-se. A linguagem escrita produziu as bíblias, os poemas, as religiões e todos os livros que conhecemos, repositórios de nossas tradições e histórias. Sem eles, não seríamos nada.  A linguagem escrita implica o pensamento lógico, que é o modo como organizamos nosso pensamento temporalmente, ou seja, como estruturamos nossos argumentos e ideias, dispomos de cada uma delas ordenadamente, uma atrás da outra, organizando sentidos e cuidando para que tudo seja dito de forma mais ou menos coerente a fim de que seja compreendido da forma mais adequada possível. Nasceu disso a matemática, a literatura, a filosofia e todas as demais ciências. No seu livro “Elogio da lentidão”,

BOLSONARO ABRIU A NOSSA CAIXA DE PANDORA

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Diz o mito que Pandora foi a primeira mulher criada por Zeus e enviada aos homens como castigo porque eles aceitaram o fogo roubado por Prometeu. Pandora carregava uma caixa, que continha todos os males do mundo e, por isso, nunca poderia ser aberta. Ela contudo, tinha o grande defeito da curiosidade. Lá pelas tantas, como previam os deuses, abriu a caixa e espalhou os horrores sobre todos os horizontes. Hoje no Brasil, Bolsonaro parece ter aberto a caixa de nossos horrores. Saiu de dentro o que temos de pior: o preconceito, a discriminação, o ódio, a violência, a barbárie. Em nome do direito de dizer o que pensamos, perdemos a lógica do respeito com o conteúdo do que é dito. Em nome do anti-petismo, nos tornamos inimigos dos gays, das mulheres, dos negros, dos indígenas e de todas as instituições que defendem os seus direitos. Porque não aceitamos perder os privilégios, nos tornamos inimigos dos pobres, dos que recebem bolsa-família e dos cotistas. Tudo alimentado por fake news

SOU PROFESSOR COM ORGULHO. QUERO UM PROFESSOR NA PRESIDÊNCIA.

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Quando eu era criança, dava aula para meus irmãos. Eu escrevia com carvão em tábua velha, no fundo da casa, algum tipo de palavra doce, que fazia muito sentido para nós. Depois, quando fiz cinco, passei a frequentar a escola Magalhães Filho, em Giruá, interior do Rio Grande do Sul e gostar ainda mais daquela profissão. Gostava do cheiro do álcool dos mimiógrafos, dos livros, do respeito com que todos se dirigiam aos mestres. A vila inteira cultuava aquela gente guardiã do futuro que estava guardado no olho dos meninos. Lá quase tudo acontecia na escola: das festas mais importantes, aos atos políticos e culturais. Eu gostava de tudo. Um dia, pelos sete anos, conheci minha professora Maria. Ela era negra e isso não era coisa à toa no meio de uma comunidade de origem alemã. Maria tinha uma caligrafia exemplar e durante muito tempo eu escrevi como ela aquelas lições de respeito e admiração. Desde então, acumulei bons mestres. Tenho tantos exemplos de gente boa, inteligente e críti

PENSE DE NOVO, POR FAVOR. NÃO DEIXE O TEU ANTI-PETISMO TE TRANSFORMAR NUM FASCISTA

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Dirão que é exagero, mas a verdade é que o fascismo se tornou um risco eminente no Brasil. Seus sintomas são os mesmos de sempre, emoldurados agora pelos novos poderes da comunicação de massa: nacionalismo, devoção a um líder forte, princípios moralistas duros, promulgados como redenção escatológica, vigilância moral, discurso maniqueísta (os bons contra os maus), militarismo, vontade de eliminação dos adversários (geralmente tachados de comunistas, para que se tornem facilmente identificáveis e acusáveis, afinal, comunismo é o horror dos horrores). Alguns dirão que é exagero. Mas muitos cientistas políticos do Brasil e do exterior falam dessa dança à beira do precipício, referindo-se à grande crise para qual uma parte dos brasileiros quer levar o Brasil. O petismo criou celeumas e feridas que sangram. Criou objeções justas e alimentou rechaços compreensíveis. Mas com isso, antigas pautas associadas às lutas sociais, aos direitos dos mais pobres e ao combate aos privil