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Mostrando postagens de maio, 2019

O CASAMENTO DAS SEMENTES

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Segundo os historiadores, a história do casamento remonta à Roma Antiga, quando teria surgido a cerimônia religiosa com a presença da noiva, vestida especialmente para a ocasião, com destaque para as flores brancas e espinhos presos nos cabelos. As flores representariam a felicidade e a vida longa e os espinhos os maus espíritos. Mais tarde foi acrescentado o véu, em referência à deusa grego-romana Vesta, protetora do lar, simbolizando a honestidade e a virgindade, virtudes imprescindíveis para uma boa descendência e a continuação do “sangue”, segundo os costumes da época. Foram os romanos também que criaram o “direito do casamento”.  Na idade média as mulheres perderam o direito de escolher seus maridos e isso foi sendo uma decisão das famílias, que reservavam as meninas desde muito cedo para determinado parceiro. O noivado ganhou muita importância, com a troca de alianças entre as famílias comprometidas mutuamente – e financeiramente - através do compromisso dos noiv

NÓS, OS IDIOTAS ÚTEIS, COM ORGULHO

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Uma passadinha no Google e a gente facilmente descobre que a etimologia grega da palavra “idiota” remete a uma pessoa que se aparta da vida pública, já que “ídhios” significa “privado”, no sentido daquele indivíduo que se recolhe da vida social. Pesquisando um pouco mais, descobrimos que idiota também pode significar simplório, destituído de esperteza - características exigidas daquele que se atreve a viver em sociedade. A literatura bebeu dessa fonte para criar personagens como o Dom Quixote, de Cervantes; o Pangloss, de Voltaire (talvez Candinho também); Pickwick, de Dickens; e, sobretudo, o Príncipe Míchkin, de Dostoiévski. O que essa gente tem em comum? Eles encarnam a ideia de um indivíduo puro, distante das corrupções sociais e, por isso, inadequado socialmente. Como idiota, ele se vê em contradição com seu tempo. Bondoso e sincero, o idiota se opõe ao mundo da busca por sucesso, honras e dinheiro. Embora menos racional, o personagem de Dostoiévski, por exemplo,

CONHECER É RESISTIR

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(Arte versus ignorância; mural de Jusús Cristóbal Flores Carmona) Aristóteles inicia a sua “Metafísica”, um dos livros fundadores da nossa cultura, afirmando que todo ser humano tende ao conhecimento. Isso significa que o único jeito de alguém se realizar plenamente é conhecendo, abrindo-se ao mundo, aos outros, a si mesmo. A história do conhecimento, que inclui a história dos progressos culturais, dos livros e dos intelectuais, atesta tal perspectiva. Embora a ignorância, no geral, seja mais cômoda, o conhecimento é mais benéfico e proveitoso. O historiador inglês Peter Burke, no seu livro “O que é a história do conhecimento”, defende a diferença (muito útil) entre informação e conhecimento (sendo, metaforicamente, a primeira algo “cru” e o segundo “processado”) e afirma que é preciso reconhecer a existência de várias formas de conhecimento - não só o acadêmico. Os autores de “A árvore do conhecimento”, Maturana e Varela, resumiram isso afirmando que “viver é conhecer”,

DESCULPE A FILOSOFIA. DESCULPE, HÁ FILOSOFIA.

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O professor de filosofia é daqueles seres que precisa se desculpar por existir. “Desculpem, estou aqui para o bem de vocês!”, titubeia entre apaixonado e vexado a cada início de semestre, enquanto eles, os estudantes, olham com estranheza o desengonço do ser que, ali, parece trazer notícias de mil profundezas. Como pode que alguém ainda insista em pedir-lhes que leiam um texto tão velho quanto o de Aristóteles ou aquelas chatices de um Descartes ou de um Kant, entre picumãs e teias de aranha? Como pode que alguém ainda acredite que essas antiguidades caibam no currículo, que tenham hora marcada, prova e outras exigências acadêmicas?  É preciso convencê-los do valor do pensamento em época em que a ignorância e a preguiça do pensar grassam a todo vapor. É preciso convencê-los da importância da antiguidade em época em que o imediatismo e o utilitarismo reinam incessantes, sob a perenização e a glamurização do presente absoluto. É preciso mostrar-lhes aquela utilidade que