GAY NÃO PRECISA DE CURA, MAS DE RESPEITO
Acho que o sentimento não é só meu: às vezes a gente acorda cedo e parece ter recuado milênios no tempo e milhares de quilômetros no espaço. A notícia de hoje, por exemplo, me levou para os piores dias da Idade Média ou para algum país como a Mauritânia, o Sudão ou a Arábia Saudita, onde a homossexualidade ainda é punida com pena de morte. Isso se chama retrocesso. E suas causas são a desinformação, o preconceito e a discriminação que costumam grassar facilmente com ajuda das canetas de magistrados brasileiros, filhos da elite que sequestrou um dos poderes da pátria para a defesa de seus privilégios. A decisão da justiça do Distrito Federal, que libera os psicólogos a tratarem a homossexualidade como doença, é desses sinais desoladores de que o Brasil está mesmo no caminho errado. Sobram incongruências e leviandades quando a justiça se rende aos interesses de pessoas moralistas e fundamentalistas que, como em tempos sombrios do passado, pregam purismos à revelia do