SOBRE O VALOR DA VISITA
Em época de campanha, vejo candidatos deixando seus gabinetes refrigerados para visitar o povo do qual depende o seu futuro. Muitas vezes, certamente pela falta de costume, muita coisa dá errada e eles nos brindam com cenas que vão do ridículo ao hilário. Fiquei pensando sobre o valor da visita na nossa cultura e sobre como visitar é um costume enfraquecido no mundo contemporâneo, embora a tecnologia tenha usado metáforas como visita ou navegação para descrever a interação do mundo virtual. Na minha infância, a notícia chegava pela boca de um irmão mais novo, enquanto a gente chegava da escola: “tem visita em casa!”. Pronto. Mundos ruíam. Perdia-se o rumo, ainda mais quando o visitante não era conhecido. No geral, a timidez obrigava a gente a entrar pela porta dos fundos, apagando os próprios rastros com um silêncio sepulcral e uma invisibilidade quase sempre ineficaz. Onde eu vivo, em Curitiba, somos famosos por procrastinar as visitas o quanto podemos, por meio de se