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Mostrando postagens de julho, 2017

ANIMAL, AMIGO OU REFEIÇÃO? SOBRE "OKJA", O FILME

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Venho de fam ília de pecuaristas. Meu pai, antes de ter ou desejar terra para semente, sonhou com bichos. N ão lembro de ter vivido em um lugar que não tivesse por perto algum tipo de ave, su íno ou bovino . N ão que eu tenha vivido na roça , mas a ro ça sempre viveu em mim . Acho que muito antes de eu ter me encontrado com o Drummond de Boitempo , eu j á sabia, por experi ência própria, das coisas que ele escreveu: “ Entardece na ro ça / de modo diferente./ A sombra vem nos cascos,/ no mugido da vaca/ separada da cria./ O gado é que anoitece / e na luz que a vidra ça / da casa fazendeira/ derrama no curral/ surge multiplicada/ sua est átua de sal, / escultura da noite. [...] No gado é que dormimos / e nele que acordamos ” . Os bichos, contudo, estavam na minha vida sempre distantes, na sua vida de bicho, com uma presen ça obl íqua . À exceção de meu cachorro Totó, que ficou como mito dos dias primaveris de minha inf ância in