O PROFESSOR/A E A LIÇÃO DA PANDEMIA
Consta que Prometeu, na mitologia, foi o primeiro professor do ser humano. Não só teria lhe ensinado o nome das coisas, mas sobretudo a nomeá-las, contá-las e avalia-las. Antes disso, ao que tudo indica, Deus ensinou aos habitantes solitários do paraíso as lições do bem e do mal, embora Eva tenha se surpreendido com o gosto do fruto daquela que era a árvore do conhecimento. De sua sede por saber nascemos nós, pecadores convertidos à tarefa de descobrir o que está por trás das coisas. Os gnósticos, cuja religião era lutar contra a ignorância do mundo, fizeram do conhecimento uma redenção. Os sofistas, depois, ensinavam em praça pública a difícil arte de pensar com metodologia, reunindo os pontos. Mas foi Tales o primeiro professor stricto sensu, que reuniu o todo, disperso, múltiplo e caótico, em um único elemento: a aparente ingenuidade da frase que ele inventou (“tudo é água”) traduz a missão mais profunda que um mestre deve deixar a seus estudantes, qual seja, a de pensar (que é,