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Mostrando postagens de março, 2020

O CORONAVÍRUS E O BEM DA TECNOLOGIA

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O filósofo alemão Hans Jonas, escreveu que a tecnologia “tornou-se o que Napoleão pensava a respeito da política: um destino”. Com essa frase ele quis fazer referência à onipresença da tecnologia nos nossos dias, tanto no sentido da sua dinâmica formal (seus poderes, processos e leis de movimento próprias) quanto de seu conteúdo substancial (os dispositivos e todas as coisas que aporta para o convívio humano e o negócio da vida). Nunca como agora, nesses tempos de pandemia, essa afirmação foi tão evidente. Estamos, como nunca, conectados pela internet, pessoas e coisas partícipes da grande rede que gerencia nossas horas, absolve ou culpa nossas ações, sistematiza e compartilha nossas experiências de mundo. Pensemos, mais especificamente, nas tecnologias de informação, que se interpõem sobre a lei do isolamento e fazem a gente superar a quarentena com inúmeras possibilidades de contato – uma palavra que, desde o latim, significa “toque entre coisas ou pessoas, encontro, con

APROVEITE A HORA E PASSE ÁLCOOL GEL TAMBÉM O ESPÍRITO

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De tempos em tempos, a vida exige seus tributos. Pode ser um nevoeiro interior, alguma tempestade afetiva, um horizonte apagado, uma mudança drástica de rumos. Pode ser, como agora, uma catástrofe inédita, um medo generalizado que nos tranca em casa, impede proximidades e exige outras atuações. A sociedade é uma casa de penhores onde tomamos emprestadas as condições da vida, a juro alto. De tempos em tempos, a gente precisa fazer um balanço, anotar os dispêndios um a um, abrir as gavetas, as arcas e os cofres. Rearranjar os centavos, pagar as cedências e livrar-se das sujeiras. O nome disso é faxina. De tempos em tempos, precisamos de honestas sessões de limpeza interior. Abrir os escaninhos do ser, os baús e as caixas cheias de coisinhas inúteis. Todo mundo precisa de um paninho de algodão e uma dose de álcool gel para purificar o espírito, recuperar o asseio e a sanidade. Nas profundezas do ser, onde mora o silêncio, fazemos nossa toalete espiritual e, limpos, poderemo