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Mostrando postagens de janeiro, 2017

CIDADE LINDA É CIDADE SEM GRAFITE?

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Tirei essa foto em Cuauhtémoc, no Centro Histórico do México. O grande mural de grafite dessa rua lembra a tradição dos grandes painelistas mexicanos, que incluem Diego Rivera e José Orozco, que estão em exposição agora mesmo no Grand Palais, em Paris (veja fotos abaixo). Não é de hoje que a arte é tema polêmico. Platão expulsou os artistas da cidade perfeita (a sua República), entre outras coisas, porque dizia que eles não tinham compromisso com a verdade. Camus insistiu no caráter arbitrário do artista na sua osmose com o absurdo que é ele e o que ele produz. Walter Benjamin criticou a reprodutibilidade técnica da obra e a perda de sua “aura” em nome do comércio do pobre e do pouco. Mas foi David Hume quem tentou enfrentar a controvérsia da arte a partir de um ponto que me interessa especialmente aqui: ele se perguntou sobre a existência de um “padrão do gosto”, ou seja, da pergunta sobre se há um único modo segundo o qual cada um de nós acessa a beleza. O principal argumen

O DISCURSO DO ÓDIO JÁ PRODUZIU 107 MORTOS EM 2017: nossas mãos também estão sujas de sangue

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Na Turquia, às margens do Bósforo, um Papai-noel disparou contra uma boate lotada, onde dezenas de pessoas comemoravam a chegada do ano novo. Naquele salão, 39 corpos caíram sob pólvora assassina e outros 70 foram marcados pela dor da tragédia. No Brasil, a essa mesma hora, passava um pouco das oito da noite, e um outro atirador preparava-se para invadir uma casa e assassinar a própria família, incluindo seu filho de 8 anos, a ex-esposa e outras mulheres que ele chamou, perversamente, de “vadias”. O assassino de Campinas tirou a vida de 12 pessoas, reivindicando as honras de um “homem de bem”. Horas depois, no Amazonas, esse rincão desconhecido da pátria, 56 homens foram assassinados em uma das maiores matanças prisionais da história nacional. Dias antes, em pleno Natal, o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas foi espancado até a morte por dois jovens que também reivindicaram a honra de “gente boa”, embora tenham matado um homem porque ele, ao que tudo indica, defendera